Eliane Brum, jornalista brasileira, vencedora do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha, na categoria Press, disse que estava “muito feliz” com o prêmio, que definiu como “reconhecimento de um trabalho que faz você pensar sobre um novo fenômeno social”. “É muito bom ganhar prêmios internacionais, um dos mais prestigiados do jornalismo”, disse Brum.

A jornalista, 43 anos, foi homenageada pela reportagem “O Islã dos manos”, publicada pela Revista Época em 2 de fevereiro de 2009. O trabalho mostra o crescimento do Islam entre os negros no Brasil, especialmente na periferia de São Paulo.

A jornalista conta histórias pessoais e as aventuras de muçulmanos convertidos, em muitos casos determinados pela pobreza e pela exclusão social e relaciona o contexto desses males para o sucesso do Islam nestas camadas mais baixas da população brasileira. “É um fenômeno ‘invisível’, que tem um forte componente racial entre os negros na periferia, em resposta à desigualdade social e também possui uma conexão internacional, que é necessário entender”, disse Brum à Agência Efe.

O júri do XXVII Prêmio Rei de Espanha, que se reúne anualmente com a Agencia Efe, Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (AECI), elogiou a originalidade e atualidade do relatório porque ele “mostra que as novas tendências religiosas na América Latina não são limitadas à expansão das seitas evangélicas”.

Este crescimento do Islam nos subúrbios de São Paulo está estreitamente ligado ao hip hop, por isso o termo “manos” no título da matéria, que é como os seguidores deste movimento cultural se relacionam com os meninos, enquanto as meninas são chamadas de “minas”.

“Desde o filme de Malcolm X e depois de 11 de setembro de 2001, jovens negros começam a procurar as raízes do Islam e acham que têm raízes históricas comuns”, afirma Brum.

A repórter notou que jovens que tem abraçado o Islam no Brasil, geralmente, não têm descendência árabe e são filhos de pais católicos, ou evangélicos, que nunca tiveram ligações com essa religião.

Eliane Brum trabalhou por onze anos no jornal Zero Hora, Porto Alegre, e desde 2000 escreve na Época. Já publicou três livros de contos e recebeu cerca de 40 prêmios de jornalismo, nacionais e internacionais. Seu primeiro documentário, “Uma História Severina” (2005), onde atuou como co-diretora e roteirista, já recebeu mais de vinte prêmios.

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