Os Pilares do Islam

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Os Pilares do Islam

Os pilares de prática do Islam são a estrutura da vida do muçulmano: a fé, a oração, o interesse pelo necessitado (zakat), a auto-purificação (jejum) e a peregrinação à Makkah para quem tiver posses para tal. 


1º- O Testemunho

O testemunho é a proclamação de fé, é a chave que faz com que o ser humano ingresse no Islam. Ele se dá, em primeiro lugar, pela aceitação do seu significado pelo coração e pela razão, eliminando, dessa forma, a dúvida, e em segundo lugar, pelo seu pronunciamento através da fala. O testemunho engloba a crença Islâmica, quando pronunciamos a primeira parte que é:

”Ach-hadu an lá iláha il-la Allah”

tradução:

”Testemunho que não há outra Divindade além de Deus”

E certificamos a nossa crença completa na unicidade de Deus, ou seja, na unicidade de Deus na criação, na unicidade Divina (ou seja, da adoração) e na unicidade dos Nomes e Atributos de Deus.

Essa sentença descarta a adoração de qualquer outra coisa que possamos ser tentados a colocar no lugar do Deus Único como ídolos, tais como fenômenos da natureza, poder, riqueza e similares, Deus diz no Alcorão:


“Deus dá testemunho de que não há mais divindade além d’Ele; os anjos e os sábios O confirmam Justiceiro; não há mais divindade além d’Ele, o Poderoso, o Prudentíssimo.” (Alcorão 3:18)


“… Com exceção daqueles que declaram a verdade e com pleno conhecimento.” (Alcorão 43:86)

Esta sentença é a base na qual será construído todo o sistema islâmico (religião), logo, é a primeira obrigação que recai sobre o crente, ou seja, a sua aceitação consciente.

E fica completa, como aceitação do que foi legislado por Deus, quando pronunciamos a segunda parte que é:

“Ach-hadu an-na Muhammadan Rassul-Allah”

tradução:

“Eu testemunho que Muhammad é o Seu Mensageiro”

Certificamos que Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é o último mensageiro de Deus e, consequentemente, isso implica na aceitação do muçulmano de tudo que ele nos informou como a crença nos anjos, nos livros revelados, nos mensageiros, no Dia do Juízo Final e na predestinação. Essa sentença não pode criar nenhuma mudança na vida do ser humano se apenas for pronunciada sem convicção, sem que se perceba o seu real significado e, principalmente, sem que seja posta em prática. É como se estivéssemos com fome e nos limitássemos a repetir a palavra comida. Isso não adiantaria nada, pois permaneceríamos com fome. A força real dessa sentença está na sua aceitação consciente e completa e na sua colocação em prática.

2º- A Oração

A oração é a primeira das adorações instituídas por Deus no Islam. E tamanha é a sua importância que foi a única que não foi transmitida ao profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do arcanjo Gabriel (que a paz esteja com ele) aqui na terra. A sua transmissão se deu no céu, feita diretamente por Deus ao Seu Mensageiro, nos eventos conhecidos como Al Isrá (A viajem noturna) e Al Miráj (A ascensão). A oração é citada no Alcorão mais de 117 vezes, a sua finalidade está expressa neste versículo.


“Sou Deus. Não há divindade além de Mim ! Adora-Me, pois, e observa a oração, para celebrar o Meu nome.” (Alcorão 20:14)

A obrigatoriedade da oração veio expressa tanto no Alcorão como na Sunnah (ditos e praticas do profeta Muhammad ﷺ que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).


“A oração é uma obrigação prescrita aos crentes, para ser cumprida em seu devido tempo.” (Alcorão 4:103)

A forma de fazê-la nos foi passada pelo profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através da Sunnah. Disse o Mensageiro de Deus ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Orai como me vistes orando.”

A oração é considerada a base fundamental da religião. Disse Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):


“Para o muçulmano cair na heresia e no ateísmo, basta somente que ele deixe de cumprir as orações.”

Deus instituiu cinco orações diárias obrigatórias, onde o muçulmano estabelece um elo, uma ligação direta entre ele e Deus, sem a necessidade de intermediários para isto, onde ele expressa a sua gratidão e amor a Deus, fortificando, dessa forma, o coração, o corpo e o espírito.

A oração islâmica é um conjunto perfeito, onde o muçulmano alcança diversos benefícios, na parte espiritual, ele alcança paz de espírito elevando-o, na parte física, ele realiza um exercício diário, através dos seus movimentos, beneficiando com isso o seu corpo e é um estimulo à utilização da sua razão, a partir do momento em que tem que saber o que diz na oração, raciocinando em cima dos versículos que são recitados na oração.

Logo, o muçulmano que pratica as cinco orações diárias está reforçando, cinco vezes ao dia, a crença sobre a qual repousa a sua fé, pois a prática da oração é um dos maiores sinais de fé, e a prova mais óbvia da gratidão a Deus pelas Suas incontáveis graças. Nesses momentos, o muçulmano é relembrado de que Deus o esta observando e ao seu comportamento diário, assim, ele procurará afastar-se de tudo aquilo que é ilícito e fazer tudo aquilo que agrada a Deus.


“Recita o que te foi revelado do Livro e observa a oração, porque a oração preserva o (homem) da obscenidade e do ilícito; mas, na verdade, a recordação de Deus é o mais importante. Sabei que Deus está ciente de tudo quanto fazeis.” (Alcorão 29:45)


“Amparai-vos na perseverança e na oração. Sabei que ela (a oração) é carga pesada, salvo para os humildes, Que sabem que encontrarão o seu Senhor e a Ele retornarão.” (Alcorão 2:45-46)

Nós devemos ter sempre em mente que Deus não precisa da nossa oração, porque Ele está livre de qualquer necessidade. Nós, pelo contrário, é que precisamos dela pois ela nos traz inúmeros benefícios, como os já vistos, além de vários outros, como o de estar imprimindo a organização, a disciplina, a perseverança e a ordem na nossa vida.

A oração nos treina todas as virtudes que tornam possível o desenvolvimento de uma pessoa feliz, proporcionando-nos equilíbrio e paz interior. O Islam é uma religião social, por isso, é uma doutrina que agrega e congrega, cria o grupo e a comunidade. Logo, podemos verificar o estímulo à oração feita em grupo, onde os muçulmanos ficam alinhados em fileiras, simbolizando com isso a igualdade que prevalece entre todos quando estão diante de Deus, não havendo diferenças entre o rico e o pobre, o negro e o branco, nem privilégios do governante para o governado.

Além do mais, faz com que os muçulmanos se reencontrem pelos menos cinco vezes ao dia, fortificando, com isso, os laços de amizade, por exemplo, ao constatarem a ausência de alguém que costuma ser assíduo nessas orações, procuram-no para verificar se está doente ou necessitando de algo.

A obrigatoriedade da oração recai sobre:

1- Os muçulmanos; homens e mulheres;

2- os que atingiram a puberdade;

3- os que gozam de plenas faculdades mentais.

As condições prévias necessárias para validade das orações são:

1º- A purificação (tanto do local aonde irá realizar-se a oração, como das roupas com as quais nós iremos rezar, como do nosso corpo através da ablução ou do banho). Uma das condições para se efetuar as orações é que o local onde iremos orar esteja sem vestígios de impurezas. Da mesma forma, as roupas com as quais iremos orar, têm que estar sem os vestígios de impurezas. E em relação ao nosso corpo, temos que fazer a ablução, que é uma lavagem parcial do corpo como descrito no versículo a seguir:


“Ó fiéis sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as mãos e os antebraços até aos cotovelos; esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai os pés, até aos tornozelos…” (Alcorão 5:6)

E só terá que renová-la para a próxima oração caso a quebre. Isso se dá em caso de necessidades biológicas, caso tenha um ferimento, por onde o sangue escorra, dormir, desmaio ou perda da consciência.

Existem situações em que, ao invés da ablução, temos que tomar um banho completo para realizar as orações. Isto se dá em caso da ejaculação provocada ou involuntária, após as relações sexuais, ao término da menstruação e do pós-parto.


“Ó fiéis, não vos deis à oração, quando achardes ébrios, até que saibais o que dizeis, nem quando estiverdes polutos pelo dever conjugal – salvo se vos achardes em viagem – até que vos tenhais higienizado…” (Alcorão 4:43)

2º- Estar dentro do horário da oração:

Deus prescreveu aos muçulmanos cinco orações diárias e determinou os seus respectivos horários, que são:

1- A oração da Alvorada (Que começa com o alvorecer do dia e termina ao nascer do sol).

2- A oração do Meio-dia (Que começa quando o sol atinge seu ponto culminante, com a sombra em zero graus e termina quando a sombra estiver do mesmo tamanho do objeto).

3- A oração da Tarde (Que começa quando a sombra do objeto estiver igual ao seu tamanho e termina quando a sombra se tornar o dobro do objeto).

4- A oração do Pôr do Sol, ou do Ocaso, ou do Crepúsculo, (Que começa com o pôr do sol e termina com o desaparecimento do crepúsculo vermelho ou seja daquela luminosidade avermelhada).

5- A oração da Noite (Que começa quando se extinguir a última luz refletida do sol e termina com o raiar da aurora). Logo, não é permitido ao muçulmano fazê-las antes da entrada do seus respectivos horários.


“Observai a devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo.” (Alcorão 4:103)

E quando o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi indagado sobre a mais nobre das ações disse: 


“A oração celebrada no seu tempo exato.”

3º- Estar direcionado à Makkah:

Os muçulmanos de todos os cantos do planeta, ao realizarem as suas orações, se voltam em direção a Makkah, simbolizando dessa forma a sua unidade, e seguindo a determinação de Deus, o Altíssimo:


“Orienta teu rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (de Makkah)! E vós (crentes), onde quer que vos encontreis, orientai vossos rostos até ela.” (Alcorão 2:144)

Quem desconhecer a sua direção deverá, através da dedução, direcionar-se para aquela que lhe parecer a mais acertada.

A título de curiosidade, os muçulmanos no início rezavam direcionados a Jerusalém. Somente no segundo ano da Hégira foi ordenado ao profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) mudar o seu direcionamento para Makkah.

4º- A intenção:

A pessoa deve estar com toda sua atenção voltada para seu Senhor, e com uma sincera intenção dentro de seu coração.

5º- E estar vestido adequadamente:

O homem deve cobrir-se no mínimo do umbigo até o joelho, e a mulher o corpo todo com exceção do rosto, das mãos e dos pés. Ambos não deverão usar roupas transparentes ou apertadas que marquem o corpo.

A oração é a primeira coisa pela qual teremos que prestar contas no Dia do Juízo Final, como nos disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):


“A primeira coisa de que o homem terá de prestar contas, no Dia do Juízo Final, será a oração. Se (as orações) foram válidas, toda a sua obra será; se foram defeituosas, toda a sua obra também será sido.”

A prática das orações redime os nossos pecados, como nos disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“O que pensaríeis se houvesse um riacho diante da porta de alguém, e essa pessoa se banhasse cinco vezes por dia nele? Restar-lhe-ia alguma sujeira? E eles responderam: Certamente que não! Ele então disse: É o caso das cinco orações, por meio das quais Deus vos remove todos os pecados.”

E no Alcorão temos:


“E observa a oração em ambas as extremidades do dia e em certas horas da noite, porque as boas ações anulam as más. Nisto há mensagem para os que recordam.” (Alcorão 11:114)

Os muçulmanos tem uma oração semanal obrigatória, que é a oração da sexta-feira, para todos os homens e mulheres que tenham alcançado a puberdade e sejam residentes em um povoado.


“Ó fiéis, quando fordes convocados, para a oração da sexta-feira, recorrei à recordação de Deus e abandonai os vossos negócios; isso será preferível, se quereis saber. Porém, uma vez observada a oração, dispersai-vos pela terra e procurai as graças de Deus, e mencionai muito Deus, para que prospereis. Porém, se quando se depararem com o comércio ou com a diversão, se dispersarem, correndo para eles e te deixarem a sós, Dize-lhes: O que está relacionado com Deus é preferível à diversão e ao comércio, porque Deus é o melhor dos provedores.” (Alcorão 62:9-11)

Que é realizada no horário da oração da tarde, em substituição da mesma, que é acompanhada da realização de um sermão feito pelo Imam, que consiste em ensinamentos, aconselhamentos e orientações ao tratar de problemas que ocorreram neste meio tempo na sociedade, ou lições ligadas ao Islam.

3º- O Zakat

É um termo em árabe que não possui um equivalente no nosso idioma, por ter uma série de significados, dentre eles: crescer, aumentar e purificação. O Zakat foi ordenado por Deus no segundo ano da Hégira na cidade de Madina.


“E lhes foi ordenado que adorassem sinceramente a Deus, fossem monoteístas, observassem a oração e pagassem o Zakat; esta é a verdadeira religião.” (Alcorão 98:5)


“Praticai a oração, pagai o Zakat e genuflecti, juntamente com os que genuflectem.” (Alcorão 2:43)

O Zakat fundamenta-se na tese de que o dinheiro, a riqueza e todos os bens materiais, pertencem, na verdade, a Deus. Deus é, portanto, o verdadeiro e o legítimo dono de tudo que existe no Universo.


“Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra.” (Alcorão 20:6)

O dinheiro é uma dádiva de Deus que chega às nossas mãos como uma graça, uma bondade Divina e um favor, sendo o ser humano, dessa forma, apenas um depositário, um encarregado e um usuário destes bens, com os quais Deus nos agraciou.


“Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar. E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão uma grande recompensa.” (Alcorão 57:7)


“Ele foi Quem vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo.” (Alcorão 6:165)

Logo, os bens materiais que dispomos deverão ser adquiridos, gastos e distribuídos da maneira pela qual Ele nos orientou. Dessa forma, o pagamento do Zakat é, antes de mais nada, uma forma de agradecimento a Deus por nos ter agraciado com esses bens.


“Suas são as chaves dos céus e da terra; prodigaliza e restringe a Sua graça a quem lhe apraz, porque é Onisciente.” (Alcorão 42:12)

O Islam também estabelece que o dinheiro de um muçulmano, seus bens e suas propriedades são patrimônio de toda a nação islâmica, pois estabeleceu a unidade da mesma através do seguinte versículo:


“E sabei que esta vossa comunidade é única, e que Eu sou o vosso Senhor. Temei-me, pois!” (Alcorão 23:52)

Embora respeite a posse plena, garanta a legítima propriedade e resguarde todos os direitos daí decorrentes. O Zakat na realidade não é mais do que distribuir parte dos bens da nação Islâmica (representada pelos mais abastados) à mesma nação (representada pelos menos abastados), pois o Islam estabelece que todo muçulmano possuidor de uma posse dentro do limite estipulado para tal deve cumprir certas obrigações econômicas em benefício do bem comum.

O Zakat é um direito social do grupo junto ao indivíduo, não é um favor, mas um dever. Os bens de que dispomos não são apenas para serem gastos com o nosso próprio conforto e luxo.


“E em cujos bens há uma parcela intrínseca, Para o mendigo e o desafortunado.” (Alcorão 70:24-25)

Obriga-se a se pagar o Zakat sobre 4 categorias de bens:

1- Ouro, prata e dinheiro.

2- O comércio.

3- O que sai da terra como grãos e frutos.

4- Sobre os rebanhos dos animais como carneiros, camelos e gado.

O índice do Zakat varia de acordo com os bens citados acima, mas no geral corresponde a 2,5%7. E se paga o Zakat uma vez ao ano com exceção do Zakat sobre grãos e frutos que se paga a cada colheita.

O Zakat, dentro do conceito da jurisprudência Islâmica, significa a obrigatoriedade de todo muçulmano que tenha atingido a puberdade, seja livre e goze de plenas faculdades mentais e cujas condições financeiras estejam dentro ou acima do teto (nissab) especificado, que é o equivalente à 85g de ouro ou 595g de prata, retirar o correspondente a 2,5% do montante não movimentado durante 1 ano, após saldadas todas as dívidas e satisfeitas todas as necessidades indispensáveis do seu proprietário e da sua família, a distribuir aos seus legítimos beneficiários que são descritos nesse versículo do Alcorão Sagrado:


“As esmolas (do Zakat) são tão somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o viajante; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo.” (Alcorão 9:60)

Que serão analisados abaixo:

1- Os muçulmanos pobres – São aqueles necessitados que não podem trabalhar ou não conseguem trabalho.

2- Os muçulmanos necessitados – O profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) caracterizou os necessitados dessa forma: 


“Não é aquele que pede dos outros, satisfazendo-o um ou dois bocados, uma ou duas tâmaras.”

Logo, o necessitado é aquela pessoa que não possui o necessário e não é lembrado para receber donativos e não procura pedir dos seus semelhantes. Ou seja, pode ser um chefe de família empregado, mas que o seu salário não dá para que ele satisfaça às necessidades da sua família, e por vergonha não sai por ai pedindo ajuda as pessoas.

3- Os coletores do Zakat (funcionários empregados em sua administração) – São as pessoas encarregadas de fazer a cobrança, a arrecadação e a distribuição do Zakat aos seus legítimos beneficiários. Logo, o seus salários são pagos com o dinheiro do Zakat. Isto só ocorre num Estado Islâmico que efetua esta cobrança, coleta e distribuição.

4- Os simpatizantes do Islam – São não muçulmanos que nutrem simpatia declarada pelo Islam ou recém convertidos ao Islam, que, em decorrência desta conversão, sofreram quaisquer dificuldades, como perda de bens, emprego etc…, lhes é dado do Zakat a fim de protegê-los.

5- Libertar escravos – É destinado o dinheiro do Zakat, a fim de se libertarem-se escravos ou prisioneiros de guerra.

6- Os endividados – São os muçulmanos que não dispõe de recursos para saldar as suas dívidas assumidas devido às pressões das necessidades.

7- Na causa de Deus – Abrange tudo que venha trazer benefício para os muçulmanos no campo social, econômico e religioso. Tanto aos interesses coletivos como públicos. Como por exemplo: construir escolas, hospitais beneficentes, mesquitas, bibliotecas, fornecer bolsas de estudos, investir em atividades de divulgação do Islam e etc.

8- Os viajantes muçulmanos – São aqueles muçulmanos que se encontram longe do seu domicílio, em um país estrangeiro por exemplo, e necessitam de ajuda para retornarem aos seus lares por terem ficado desprovidos de recursos que lhe possibilitem o retorno.

E dentro destas categorias, ao distribuirmos o Zakat nós devemos observar certas preferências. Por exemplo, caso tenhamos um muçulmano pobre e ao mesmo tempo enfermo ou inválido, é preferível dar-lhe do Zakat do que a um muçulmano pobre, mas apto a poder vir a ganhar alguma coisa. É proibido destinar o Zakat para os nossos dependentes legais ou seja aquelas pessoas que temos a obrigação de sustentá-las caso não possuam meios para tal, como nossos pais, nossos filhos e nossa esposa.

Os detalhes quanto às percentagens, e ao método de distribuição e arrecadação, estão baseados na Sunnah do profeta e na prática dos seus companheiros. É obrigação do Estado Islâmico cumprir o seu papel fiscalizador, arrecadando o Zakat dos muçulmanos que atingiram o teto pré – estabelecido para tal, e fazer a sua distribuição para os seus legítimos beneficiários.

Dessa forma, ao ser distribuído o Zakat pelo Estado evita-se o constrangimento de quem o está recebendo, agora, na ausência de um Estado Islâmico que cumpra esse papel, essa obrigação recai sobre cada muçulmano, cabendo a ele a função de pagar e distribuí-lo diretamente aos legítimos beneficiários ou a instituições islâmicas ou mesquitas que se responsabilizem em fazer tais distribuições. Ao fazermos a distribuição do Zakat diretamente às pessoas mais necessitadas, devemos ter o cuidado de não as humilharmos ou as ofendermos e seguirmos a recomendação de Deus:


“Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis à caridade seguida de agravos, porque Deus é, por si, Tolerante, Opulentíssimo.” (Alcorão 2:263)

O crente não deve cumprir a obrigação de se pagar o Zakat para satisfazer o seu orgulho ou alcançar fama, e sim terá que faze-lo o mais secretamente possível, para não se tornar vítima da hipocrisia ou da paixão pela vaidade, que anula todas as boas ações. No entanto, se a revelação do nome da pessoa ou da quantia dada por ela, servir como uma forma de encorajar e estimular outras pessoas a pagarem o Zakat, este procedimento se torna louvável.

O Zakat deve ser distribuído na mesma localidade onde for arrecadado a fim de melhorar a situação dos menos favorecidos que ali residem. Os diversos impostos que nós pagamos hoje em dia aos governos não substituem o pagamento do Zakat, pois este é um dever religioso.


“É certo que prosperarão os fiéis, Que são humildes em suas orações. Que desdenham a vaidade Que são ativos em pagar o zakat.” (Alcorão 23:1-4)

4º- O Jejum no Mês de Ramadan

O Jejum no mês de Ramadan se tornou obrigatório, em 624, segundo ano da Hégira. Os versículos a seguir, nos falam da sua obrigatoriedade e explicam porque, quando e como jejuar:


“Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. Jejuareis determinados dias; porém, quem de vós não cumprir o jejum, por achar-se enfermo ou em viagem, jejuará, depois o mesmo número de dias. Mas quem, só à custa de muito sacrifício, consegue cumpri-lo, vier a quebrá-lo, redimir-se-á, alimentando um necessitado; porém, quem se empenhar em fazer além do que for obrigatório, será melhor. Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabê-lo. O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e Discernimento. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por Ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais.” (Alcorão 2:183-185)

Como podemos observar através da primeira parte dos versículos acima, a prática do Jejum não é algo novo e sim que Deus já o havia prescrito aos nossos antepassados. A obrigatoriedade do Jejum se deu em duas etapas:

1- A opção de se escolher entre jejuar ou dar de comer a um necessitado, sendo a preferência para o ato de jejuar.

2- A obrigatoriedade de jejuar, já sem a possibilidade de se escolher entre o jejum ou a alimentação de um necessitado.

A Jurisprudência Islâmica assim define o Jejum: O Jejum é obrigatório para todo muçulmano que tenha atingido a puberdade e que goze de perfeita saúde física e mental.

O Jejum no Islam é o abster-se, desde o raiar da aurora até o pôr-do-sol, da ingestão de qualquer espécie de alimentos ou bebidas, assim como fumar e manter relações sexuais. O período do jejum poderá ser maior ou menor (já que utilizamos o calendário lunar que é móvel), dependendo do mês e estação do ano correspondente no calendário solar. Assim sendo, jejuamos algumas vezes no inverno, de dias curtos e frios, outras no verão, de dias longos e quentes, e outras vezes em períodos intermediários. A isenção do Jejum se dá nos seguintes casos:

1- Quando a pessoa estiver enferma:

Caso a pessoa esteja doente, poderá deixar de jejuar até se restabelecer ou, caso o médico ache que o jejum dificulta a cura do paciente, ele também deverá parar o jejum até se curar, devendo repor os dias não jejuados, quando estiver gozando de boa saúde. Esta reposição não precisa ser feita imediatamente após o mês de Ramadan, ou de forma contínua, e terá como prazo para esta reposição até o último dia antes do início do próximo mês de Ramadan.

2- O viajante:

Quando a viajem tiver uma distância superior a 84 km, faculta-se ao viajante jejuar ou não. Isso vai depender de cada pessoa em analisar se a viajem é cansativa e por isso será uma dificuldade para ele jejuar ou não, devendo, da mesma forma que o item anterior, repor os dias não jejuados.

3- A gestante e a lactante:

Caso a mulher esteja grávida, ou amamentando, e temer pelo seu bebê, estará isenta do jejum, devendo, da mesma forma, repor os dias não jejuados, passado o período de gravidez ou de amamentação.

4- O idoso:

Que seja fisicamente incapaz de jejuar, para este o jejum não é mais obrigatório, cabendo ao idoso, caso possua condições, dar, para cada dia não jejuado, uma refeição a um necessitado, ou o valor equivalente a esta refeição. Caso contrário, estará perdoado em não fazê-lo.

5- A mulher menstruada, ou em resguardo pós parto:

Ela não jejuará até que passe este período. Mesmo que ela queira, ou sinta que possa fazê-lo, está-lhe vedado o jejum, e os dias não jejuados, deverão ser repostos, passado o período.

6- No caso de uma doença incurável:

A pessoa deixa de jejuar definitivamente, tendo que dar uma refeição a um necessitado para cada dia não jejuado, ou o equivalente ao valor de uma refeição, caso tenha condições para tal, caso contrário não está obrigado a nada.

O profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), nos aconselhou a fazermos o suhur, que é uma refeição antes do início do jejum, ou seja, de madrugada, a fim de aliviar a fome e a sede, nos auxiliando no cumprimento diário do jejum. Disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Lançai mão do Suhur, porque há benção nesse ato.”

Por outro lado, nos orientou a quebrarmos o jejum logo após o pôr-do-sol, sem prorrogá-lo. Quanto a isso ele disse: 


“Assim disse Deus Todo Poderoso Senhor da Glória: Dentre os meus servos, prefiro aquele que se apressa em quebrar o jejum.”

Quanto a quebrarmos o jejum com água e tâmara, ele disse: 


“Quando alguém quebra o jejum, deve fazê-lo com uma tâmara. Se não tiver, deverá fazê-lo com água, porque é pura, e purifica todo o organismo.”

Se analisarmos esta recomendação do ponto de vista médico, veremos que os intestinos absorvem a água adoçada em menos de 5 minutos, proporcionando, assim, ao organismo, a recuperação imediata das calorias perdidas durante jejum, ao passo que se enchermos o estômago com água e outros alimentos, o organismo necessitaria de 3 à 4 horas para processar essa mesma operação.

A anulação do jejum se dará caso a pessoa pratique deliberadamente um desses atos, sabendo que o mesmo é pecado: comer, beber, fumar, ou ter relação sexual.

A expiação para este ato será que a pessoa faça um jejum durante 60 dias seguidos para cada dia não jejuado, ou que dê de comer a 60 pessoas pobres. Mesmo que se faça tal expiação, terá perdido muitas graças, como disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Quem quebrar um dia de jejum em Ramadan sem desculpa ou enfermidade, não o substitui o jejuar o resto de sua vida, mesmo que o faça.”

O sentido desde dito é que jejuar um dia no mês de Ramadan é mais valioso, perante Deus, do que jejuar a vida toda. Agora, caso a pessoa estando de jejum se esqueça e coma ou beba, ao se lembrar deverá imediatamente parar a ingestão do alimento ou da bebida e prosseguir o jejum, pois este ainda estará valendo.

Disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Quando algum de vós come ou bebe, por acidente, esquecendo-se do seu jejum, deve continuar o jejum até o fim, porque (comendo ou bebendo por engano) significa que Deus lhe deu de comer e de beber.”

Logo, temos no jejum um verdadeiro exercício da fé. O ato de ficarmos com fome e com sede não é, em si, adoração, mas um meio para realizarmos a verdadeira adoração. A verdadeira adoração significa desistirmos de violar a Lei de Deus, por temor e amor a Ele, buscando realizar atividades que O agradem, e refreando-nos quanto às que não O agradam, caso contrário, estaremos apenas causando uma inconveniência desnecessária ao nosso estômago. Além de ser uma revisão, um balanço das nossas vidas, onde devemos nos perguntar se estamos agindo de acordo com o que agrada a Deus ou não? Nos perguntar o que estamos fazendo para matar a fome daqueles mais necessitados? E procurarmos corrigir os nossos passos e atitudes, a fim de nos aproximarmos ao máximo daquilo que agrada a Deus.

Zakatul Fitr (A caridade do desjejum):

O chefe da família deve pagar por ele e pelos seus dependentes, podendo ser em gêneros alimentícios ou em dinheiro, não podendo esse valor ser inferior ao estipulado pela religião. E deverá ser pago aos pobres e necessitados antes da oração do Id (festa), para que o seu jejum esteja completo e seja aceito.

Caso se pague depois desse período, não terá validade como a caridade do desjejum, e sim como uma boa ação. Disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“O jejum do mês de Ramadan fica suspenso entre o céu e a terra. Só é elevado até o céu pelo zakatul Fitr.”

E disse também: 


“O jejuar do mês de Ramadan não será aceito, sem o zakatul Fitr.”

A finalidade do zakatul fitr é proporcionar às pessoas menos favorecidas a oportunidade de participarem da festa do desjejum, fazendo com que possam preparar doces ou uma refeição melhor, possam comprar roupas novas e brinquedos para as crianças. Fazendo com que ricos e pobres possam sentir a alegria desse dia.

Disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Aliviai-os da necessidade de saírem atrás de caridade nesse dia.”

As orações do Tarawih no Ramadan

As orações do Tarawih devem ser praticadas somente no mês de Ramadan, após a oração da noite. Elas podem ser praticadas separadamente ou em grupo. E são orações voluntárias.

O profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) as fez em grupo na mesquita em somente 3 ocasiões, pois temia que as pessoas a tornassem obrigatória, caso o vissem rezando todos os dias na mesquita. O seu número mínimo é de oito genuflexões, se encerrando com uma genuflexão witr (ímpar).

5º- Hajj – A Peregrinação à Makkah

A peregrinação é o cumprimento de determinados rituais em locais e épocas específicas.


“A peregrinação se realiza em meses determinados.” (Alcorão 2:197)

Que é o décimo segundo mês do calendário islâmico, o mês de Zul Hija. Foi estabelecido como o quinto pilar do Islam, no ano 6 da Hégira.


“… A peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda a humanidade.” (Alcorão 3:97)

A peregrinação é uma obrigação somente para aquelas pessoas que atingiram a puberdade, são livres, mentalmente sãs, física e financeiramente capazes para empreender tal viagem.

O peregrino deve empreender o Hajj com dinheiro lícito, após saldadas todas as suas dívidas e ter deixado o sustento suficiente para suprir a necessidade da sua família equivalente ao período para o qual irá ficar fora devido a peregrinação. pois nos disse o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): 


“Deus é bom e só aceita o que é bom.”

E também disse a respeito de quem peregrina com dinheiro ilícito: 


“… Se o homem partir com pecúlio ilícito e chamar: Presente, Senhor estou à sua disposição, dos céus lhe chamará uma voz: Não te atendemos, nem te bem dizemos. Seu sustento é ilícito, seu dispêndio também é ilícito e sua peregrinação não é virtuosa.”

A maioria dos rituais da peregrinação baseiam-se em atos praticados pela família do profeta Abraão (que a Paz e a Benção de Deus estejam sobre eles), quando foi incumbido por Deus de reconstruir a Kaaba juntamente com o seu filho Ismael (que a paz esteja com ele).

Isto demonstra que o Islam é a religião de Deus e não uma religião feita pelo profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

Pois os ritos e as normas da peregrinação não foram estabelecidos pelo profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mas sim por Deus, como também não está vinculada à pessoa do profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), nem à sua vida, mas sim a Abraão (que a paz esteja com ele) e ao seu filho Ismael (que a paz esteja com ele), mostrando, dessa forma, a abrangência e o universalismo do Islam.

Logo, a peregrinação é um atendimento ao chamamento que o profeta Abraão (que a paz esteja com ele) dirigiu a todos os homens, obedecendo à ordem de Deus.


“E (recorda-te) de quando indicamos a Abraão o local da Casa, dizendo: Não Me atribuas parceiros, mas consagra a Minha Casa para os circungirantes, para os que permanecem em pé e para os genuflexos e prostrados. E proclama a peregrinação às pessoas; elas virão a ti a pé, e montando toda espécie de camelos, de todo longínquo lugar, para testemunhar os seus benefícios e invocar o nome de Deus, nos dias mencionados.” (Alcorão 22:26-28)

Os elementos principais da peregrinação:

1º- Al Ihram – É a intenção de cumprir a peregrinação. A partir do momento em que o peregrino se propõe a iniciar os rituais da peregrinação, ele veste duas peças de tecido, de preferência branco, eliminando, dessa forma, as diferenças de cultura e de classes entre as pessoas, ficando todos iguais perante Deus.

2º- Al Tawaf – Consiste em dar sete voltas em torno da Kaaba, repetindo, com isso, o que foi feito pelo profeta Abraão e seu filho Ismael (que a benção e a paz de Deus estejam com todos eles). É também como se fosse uma réplica, aqui na terra, do que os anjos fazem constantemente no céu, circundando o Trono de Deus, orando e adorando-o.

3º-  Al Sa’i – Consiste em percorrer a distância entre os montes de Al Safa e Al Marwa, sete vezes, repetindo com isso o que foi feito pela esposa do profeta Abraão, Agar, quando procurava água para o seu filho Ismael.

4º- Jamarat – Que consiste em repetir o mesmo ato feito pelo profeta Abraão, quando estava indo cumprir a ordem de Deus de sacrificar o seu filho Ismael.

5º- A parada em Arafat – Que consiste em ficar ali desde o entardecer do dia nove até o pôr do sol do mesmo dia. Arafat é o único local na realização da peregrinação, em que todos os peregrinos ficam juntos num mesmo lugar.

Os peregrinos passam esses momentos em oração, pedindo perdão a Deus. Podemos ter nesse momento uma ideia, uma visão de como será o Dia do Juízo Final, onde todos os seres humanos, após serem ressuscitados, estarão juntos esperando pelo julgamento.

A peregrinação a Makkah, é a maior convenção anual de fé, o maior congresso mundial, realizado anualmente por muçulmanos de diferentes nacionalidades, línguas e cores.

O Islam desde 1400 anos, realiza tais congressos que foram instituídos por Deus, durante os quais os muçulmanos se encontram, se conhecem, examinam os assuntos comuns relativos ao Islam e aos muçulmanos e através da troca de experiências dos peregrinos, ao retornarem aos seus países de origem passam aos demais os resultados dessa troca de experiências.

Como é também a maior conferência de paz regular que a história da humanidade jamais conheceu. Durante a peregrinação podemos observar inúmeros benefícios tanto individuais como coletivos. Como a manifestação na prática dos verdadeiros traços da universalidade do Islam, da fraternidade e da igualdade entre os muçulmanos.

A sua realização transcende os limites de lugar, idioma e cor. Igualando a todos governantes e governados, ricos e pobres, aonde todos são iguais sendo o melhor ante Deus o mais temente. Logo podemos observar todos com um mesmo objetivo, adorar a Deus da maneira que melhor O agrada.

E durante a peregrinação nós nos familiarizamos com o ambiente espiritual e histórico no qual viveu o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Benção de Deus estejam sobre ele).

Ditos do profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) relativos ao Hajj: 


“Quem cumprir a peregrinação sem pronunciar nada censurável e sem cometer nada condenável retornará como no dia em que nasceu”(ou seja puro sem pecados).”

A Umra

A Umra, é a visitação a Makka que é feita fora do período da peregrinação. Ela pode ser feita em qualquer época do ano, sendo que a melhor época para fazê-la é no mês de Ramadan pois o profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse: 


“Quem fizer a Umra no mês de Ramadan equivale (em termos de recompensa) a fazer uma peregrinação na minha companhia (do profeta).”

A pessoa que faz a Umra faz apenas uma parte dos rituais que são realizados na peregrinação.

Al Masjid Al Haram (A mesquita sagrada )

A mesquita sagrada, desde o tempo em que Abraão e seu filho Ismael (que a Benção e a Paz de Deus estejam com eles) reconstruíram a Kaaba, sempre foi um pátio ao redor da Kaaba, sem casas construídas por perto, nem paredes cercando-a. Com o passar do tempo, construiu-se uma mesquita que veio sofrendo várias ampliações, sendo que hoje a sua área corresponde a 160.000 metros quadrados.

O Id-Al-Adha (A festa do sacrifício )

É a segunda festa do Islam, sendo a primeira a festa do desjejum. O Id-Al-Adha é uma recordação da história do que iria ser o sacrifício do profeta Ismael, quando seu pai, o profeta Abraão, seguindo sem hesitação a ordem de Deus, iria sacrificar seu filho.

Deus poupou a vida de Ismael, mandando que se sacrificasse um cordeiro em seu lugar, por isso, faz parte da Sunnah, ou seja, da prática do profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) logo, sendo aconselhável que cada muçulmano que tenha condições para tal, abata um animal, como um carneiro, boi ou camelo, e distribua parte da sua carne às pessoas mais necessitadas, para que nesse dia de festa para todos os muçulmanos, também os mais necessitados possam desfrutar com maior satisfação dela.

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