Em meados do século VIII, os muçulmanos já tinham se estabelecido na Andaluzia e o príncipe Abdul Rahman I contando com o apoio de uma das tribos muçulmanas da península, em 755 se proclamou Emir de Córdoba, independente do Califado Abássida de Damasco.
Na primeira parte do século X, um do seus sucessores, Abul Rahman III, ampliou o emirado Al-Andaluz e tornou-se o primeiro Califa da Espanha. A proclamação do califado tinha um duplo objetivo. Internamente, os omíadas queriam fortalecer o reino peninsular, e externamente, queriam consolidar as rotas comerciais do Mediterrâneo, garantir uma relação com Bizâncio oriental e assegurar o suprimento de ouro.
Melilla foi integrada ao califado em 925 e, em meados desse mesmo século, os omíadas controlavam o triângulo formado pela Argélia, Siyimasa e Atlântico. O poder andaluzo do califado também se estendeu até a Europa ocidental e, em 950, o império germano-romano estava trocando embaixadores com o califado de Córdoba. Alguns anos antes, Hugo de Arles tinha pedido ao poderoso califado espanhol um salvo-conduto para seus navios mercantes navegaram o Mediterrâneo.
As bases da hegemonia andaluza estavam assentadas na extraordinária capacidade econômica proveniente de um comércio importante, uma indústria desenvolvida e um conhecimento agrícola revolucionário para a época. A sua economia estava baseada na moeda e a emissão de dinheiro desempenhou um papel fundamental para o esplendor financeiro. A moeda de ouro de Córdoba tornou-se a moeda principal do período.
Assim, o califado de Córdoba foi a primeira economia urbana e comercial que floresceu na Europa, depois do desaparecimento do império romano. A capital, e a mais importante cidade do califado, Córdoba, tinha uma população de 400.000 habitantes. A fragmentação do califado aconteceu no final da primeira década do século XI, o califado dividiu-se em 39 taifas (reinos insignificantes), um nome que foi incorporado pelo vocabulário espanhol como sinônimo de ruína, em razão da fragmentação política da península. Esta divisão facilitou novas invasões e o consequente enfraquecimento da região.
Em meados do século XIII, a Espanha islâmica estava reduzida à dinastia nasarida, em Granada, que resistiu aos constantes ataques dos cristãos até 1492, quando, então, foi conquistada. A Andaluzia foi uma civilização que irradiou uma personalidade própria, tanto para o ocidente quanto para o oriente.
Situada na terra dos encontros, dos cruzamentos culturais e de fecunda miscigenação, al-Andaluz acabou sendo esquecida, depois de todo seu esplendor, tanto pela Europa como pelo universo muçulmano, como uma lenda que não tivesse pertencido a nenhum dos dois mundos. A seguir, as etapas principais de seus oito séculos de existência.