Nos anais da história dos homens, não tem faltado aqueles que notadamente devotaram as suas vidas à reforma sócio-religiosa de seus povos, encontramo-los em todas as épocas e em todas as partes. Na Índia, viveram os que transmitiram ao mundo os Vedas, e também houve Gautama Buda; a China teve o seu Confúcio; Zoroastro deixou o Zend Avesta, no Irã, a Babilônia deu ao mundo um dos maiores reformadores, o Profeta Abraão عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele) (sem falar nos seus ancestrais), o povo judeu também merece orgulhar-se de uma série de reformadores, como Moisés, Samuel, Davi, Salomão e Jesus عليه السلام (que a Paz esteja sobre eles) entre outros. Todos esse reformadores alegavam ser portadores cada um deles de uma missão divina, deixaram livros sagrados que incorporavam códigos de vida para orientação do seu povo. Mas, a isto, sempre se seguiram guerras fratricidas, massacres e genocídios transformavam-se na ordem do dia, ocasionando, uns mais, outros menos, a perda quase total das suas mensagens. Dos Livros de Abraão عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele), restaram-nos somente os nomes; e quanto aos livros de Moisés عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele), a história nos conta como foram repetidamente destruídos e só parcialmente restaurados.
O Conceito de Deus
A julgar pelas relíquias do passado, já trazido à luz, do conhecimento do ”homo sapiens”, descobrimos que o homem sempre esteve consciente da existência de um Ser Supremo, Senhor e Criador de tudo. Os métodos e as abordagens podem Ter sido diferentes, mas todos os povos, de todas as épocas, deixaram provas das suas tentativas de obedecer a Deus, a comunicação com o Onipresente, porém invisível Deus, também foi reconhecida como possível, por uma reduzida porção de homens e por alguns espíritos nobres e exaltados.
Se essa comunicação assumia a forma de encarnação da Divindade, ou consistia, simplesmente, na resolução de um meio receptor das mensagens divinas, através da inspiração ou da revelação, o propósito sempre foi o de servir de orientação para o povo, era mais do que natural que certas interpretações e explicações viessem a se provar mais importantes e convincentes do que outras. No final do 5º século, após o nascimento de Jesus عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele), os homens já haviam alcançado grandes progressos, em diversos campos da vida, nessa época, algumas religiões, que apregoavam abertamente que se destinavam apenas a determinadas raças e grupos de homens, está claro que não ofereciam remédio para os males da humanidade em geral. Havia, também, algumas, que proclamavam a universalidade, mas declaravam que a salvação do homem, residia na renúncia ao mundo, estas eram religiões para a elite, e atendiam a um número limitado de homens.
Não precisamos falar das regiões onde inexistia qualquer religião, onde o ateísmo e o materialismo reinavam absolutos, onde o pensamento se ocupava exclusivamente com os próprios prazeres, sem qualquer ressalva ou consideração pelos direitos alheios. O exame do mapa do maior hemisfério, nos mostra a Península Arábica, situada no ponto de confluência dos três grandes continentes; Asia, África e a Europa, nesse período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, por regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por nômades. Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem uma importância maior do que a agricultura e a indústria. Isto implicava em viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras.
Pouco sabemos a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações florescente de Sabá e de Ma’in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo, posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência, encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até ocupado Por invasores estrangeiros. Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín (Ctesiphone), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e enfrentava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira.
Nesta área limitada, a existência do triângulo; Makkah, Ta’if, Madina, parecia algo providencial, Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava por suas características físicas, a África e o escaldante deserto. A uns meros oitenta quilômetros de distância, Ta’if; apresentava um retrato da Europa, com suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma reprodução miniaturizada do mundo todo. E foi aí que nasceu um descendente de Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o Profeta do Islam, natural de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como a Ta’if.
A Religião
Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos indivíduos haviam abraçado religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus.
Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois mil anos que os separava, do tempo de Abraão عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele) haviam degenerado essa peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe de produzir qualquer bem, servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no contexto social, como no espiritual.
A Sociedade
A despeito da relativa, pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma nítida divisão de poderes. Gozando de boa reputação como caravaneiros os nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas, para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e exportação.
Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas aliadas da Arábia. Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a poesia, a oratória e histórias folclóricas.
O Nascimento do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)
Foi nesse meio ambiente e nessas condições de vida que no ano 570, nasceu o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), seu pai, Abdullah, havia falecido algumas semanas antes, e foi seu avô que se encarregou de criá-lo, de acordo com os costumes da época, a criança foi confiada aos cuidados de uma ama de leite beduína, com quem passou alguns anos no deserto.
Todos os seus biógrafos afirmam que o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), quando infante mamou somente de um seio da sua ama, deixando o outro para o sustento do seu meio-irmão, quando a criança foi trazida de volta ao lar, sua Amina, levou-a aos seus tios maternos, na cidade de Madina.
Durante a viagem de retorno, ele perdeu a mãe, que sucumbiu de morte repentina, em Makkah, outra desolação o aguardava, o falecimento do seu afetuoso avô, submetido a tais privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados do seu tio, Abu Talib, um homem generoso por natureza, mas cujos recursos estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família.
O jovem Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se viu portanto, diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida; serviu, inicialmente, como menino pastor para alguns vizinhos. Com Dez anos, acompanhou o seu tio a Síria, quando este levou uma caravana para lá, não se mencionam quaisquer outras viagens de Abu Talib, mas existem referências de que ele teria aberto um negócio em Makkah, e é possível que Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o tenha ajudado também nesse empreendimento.
Aos vinte e cinco anos de idade, Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), havia-se tornado bem conhecido na cidade, por sua integridade, disposição e honestidade de caráter, uma viúva rica, Khadija era seu nome, ela o contratou a seu serviço e determinou-lhe que levasse as suas mercadorias, para vendê-las na Síria. Feliz com os lucros incomuns que ele obteve, bem como encantada com o carisma pessoal do seu agente, ela ofereceu-lhe a sua mão, diz-se que na época ela tinha quarenta anos de idade, a união foi feliz, mais tarde, vêmo-lo às vezes na feira de Hubacha (no Iêmen), e pelo menos uma vez no país dos Abd Al Kais (Bahrain e Omã), como foi mencionado por Ibn Hanbal.
Há motivos para acreditar que esta referência diz respeito ao grande mercado de Dabá (Omã) onde, de acordo com Ibn Al Kalbi, se reuniam, todos os anos, os mercadores da China, do Hindi e Sind (Índia e Paquistão), da Pérsia, do Oriente. Um sócio comercial de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em Makkah, de nome Sa’ib relata: ”Revezávamos um ao outro; se Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) liderava a caravana, não ia para casa, ao retornar, sem antes acertar as contas comigo, e se era eu que liderava a caravana, quando voltava, ele perguntava sobre o meu bem estar, sem nada dizer do capital que me estava confiado.”
Início da Conscientização Religiosa
Pouco se sabe sobre os hábitos religiosos de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), até seus trinta e cinco anos de idade, exceto que ele jamais adorou ídolos, está afirmação é consubstanciada pelos seu biógrafos, pode se afirmar que havia alguns outros poucos em Makkah que do mesmo modo, haviam se revoltado contra a prática insensata do paganismo apesar de manterem a sua fidelidade a Kaaba, como a casa dedicada ao Deus Único, por seu construtor Abraão عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele).
Aproximadamente no 605 da era cristã, os panos que cobriam a parede externa da Kaaba se incendiaram, o edifício foi afetado e não suportou o peso das chuvas torrenciais, que se seguiram, a reconstrução da Kaaba foi então, empreendida, cada cidadão contribuiu, de acordo com as suas posses; e só era aceitas doações, provenientes de ganhos honestos. Todos participaram do trabalho de reconstrução, e os ombros de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficaram feridos, de tanto carregar pedras, para identificar o local onde se inicia o ritual de circungira-la, aonde foi colocada a pedra negra, na parede da Kaaba que datava da época do próprio Abraão عليه السلام (que a Paz esteja sobre ele).
Houve rivalidade entre os cidadãos pela honra de recolocar a pedra em seu lugar, ao surgir o de correr sangue, alguém sugeriu que se deixasse o assunto por conta da Providência, e assim, se aceitasse o arbítrio daquele que ali chegar primeiro. Aconteceu que naquela Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chegava para ajudar no trabalho, como era normal, ele era popularmente conhecido pela alcunha de al Amin (o honesto), e todos aceitaram o seu arbítrio.
Sem hesitar, Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) ele pediu um manto e colocou no chão, colocou a pedra sobre ele e pediu aos chefes de todas as tribos da cidade para juntos levantarem o manto, feito isto ele próprio colocou a pedra no seu lugar certo, em um dos cantos do edifício, ficando assim todos satisfeitos, eliminando assim a disputa. É desse momento em diante que encontramos Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada vez mais absorvido em meditações espirituais, como seu avô ele também costumava se retirar, durante o mês inteiro de Ramadan, para uma caverna em ”Jabal an Nur” (a montanha da luz), essa caverna é chamada de Ghári Hirá, ali ele orava, meditava e compartilhava as suas parcas provisões com os viajantes, que por ali viessem a passar.
A Revelação
Estava ele com quarenta anos de idade, e era o quinto ano consecutivo que iniciará os seus retiros anuais, quando, certa noite, próximo ao final do mês de Ramadan, o anjo Gabriel عليه السلام veio visitá-lo, e anunciar que Deus o havia escolhido, como seu Mensageiro para toda a humanidade, e comunicou-lhe a seguinte mensagem Divina:
Profundamente comovido, ele voltou para casa e contou o acontecido à sua esposa, expressando o seu temor de que pudesse Ter sido algo diabólico, ou feito por ação de espíritos malignos, ela o consolou, dizendo que ele sempre fora um homem caridoso e generoso, que sempre ajudou os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados, e assegurou-lhe que Deus o protegeria conte todo o mal.
Sobreveio, então, um lapso na revelação que duraria mais três anos, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deve ter sentido inicialmente um choque seguido por uma calmaria, um desejo ardente, e após um certo tempo de expectativa, uma crescente impaciência, as novas da sua primeira visão haviam-se espalhado e, diante do lapso, os cépticos da cidade começaram a escarnecer dele e a contar piadas maldosas, chegaram ao ponto de dizer que Deus o havia abandonado.
Durante três anos de espera, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se entregara mais e mais às orações e a outros hábitos espirituais, finalmente reiniciaram-se as revelações e Deus assegurou-lhe que de modo algum o havia abandonado; pelo contrário, fora Ele quem o guiara no caminho reto; que portanto ele deveria cuidar dos órfãos e dos desamparados, e proclamar a generosidade que Deus tivera para com ele.
Na verdade esta foi uma ordem para pregar, outra revelação, mandou-o alertar as pessoas contra as práticas ilícitas, exortá-las a não louvar nenhuma outra divindade, além do Deus Único, e a abandonar tudo o que desagradasse a Deus.
Ainda outra revelação ordenou-lhe avisar aos seus próprios parentes mais próximos.
A Missão
O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou anunciar a sua missão, primeiro secretamente entre seus amigos mais íntimos, depois entre os membros da sua própria tribo e dai por diante publicamente, pela cidade e pelos seus subúrbios, ele insistiu na crença no Deus Único e Transcendente, na ressurreição e no Juízo Final, conclamou os homens a caridade e a benevolência, e tomou as providencias necessárias para preservar, por escrito as revelações que estava recebendo, ordenando aos seus partidários que também as decorassem, e isto continuou durante todo o resto de sua vida, uma vez que o Alcorão Sagrado não foi revelado todo de uma só vez, mas em fragmentos, conforme surgia a ocasião para tal.
O número dos seus seguidores aumentou gradativamente; mas diante da denuncia do paganismo, a oposição também se tornou intensa, por parte daqueles que estavam firmemente ligados às suas crenças ancestrais, essa oposição degenerou, ao longo do tempo, na perseguição e na tortura física do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e daqueles que haviam abraçado o Islam.
Estes eram estirados sobre a areia escaldante, cauterizados com feros em brasa e presos com correntes nos pés, alguns deles morreram em conseqüência da tortura, mas nenhum renunciou ao Islam, em desespero, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), aconselhou os seus seguidores a deixarem a sua cidade de origem e a se refugiarem no exterior, na Abissínia, ”onde governa um rei justo, em cujo reino ninguém é oprimido”. Dezenas de muçulmanos se beneficiaram desse conselho, mas não todos, essas fugas em segredo incitaram uma perseguição maior, por parte dos senhores de Makkah, à aqueles que ficaram para trás. O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou a sua religião de ISLAM, isto é ; submissão à vontade de Deus.
As características que a distinguem são duas:
1º- O equilíbrio harmônico entre as coisas temporais e espirituais (o corpo e alma), que permite desfrutar por inteiro, de todas as graças criadas por Deus, prescrevendo ao mesmo tempo, para todo, deveres para com Deus, o Islam veio para ser a religião das massas e não apenas de uns poucos eleitos.
2º- A universalidade do chamamento, para que todos os crentes se tornem irmãos e iguais, sem qualquer distinção de classe, raça ou idioma, a única superioridade que ela admite é exclusivamente pessoal, baseada no maior temor a Deus e na maior devoção.
Boicote Social
Quando um grande número de muçulmanos de Makkah emigrou para a Abissínia, os líderes do paganismo deram um ultimato à tribo do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), exigindo que ele fosse excomungado, declarado fora da lei, e entregue aos pagãos, para ser morto, todos os membros da tribo, muçulmanos ou não, rejeitaram a exigência.
Em conseqüência dessa recusa, a cidade decidiu impor um boicote total a tribo do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); ninguém poderia falar, manter relações comerciais ou matrimoniais com os seus membros, as tribos que habitavam o subúrbio, que eram aliados dos senhores de Makkah, também aderiram ao boicote, causando uma grande miséria entre as vítimas inocentes, crianças, homens e mulheres, velhos doentes e fracos.
Alguns sucumbiram, mas ninguém concordou em entregar o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) aos seus perseguidores, após três anos, quatro ou cinco que não eram muçulmanos, porém mais humanos que os demais e pertencendo a clãs diferentes, proclamaram o seu repúdio ao injusto boicote. Ao mesmo tempo o documento promulgando o pacto do boicote, que havia sido exposto no templo, foi encontrado, como havia sido profetizado pelo Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), roído por formigas brancas, até que não lhe sobraram senão as palavras; ”Deus” e ”Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)”, o boicote foi suspenso, mas devido às privações por que tivera que passar, a esposa e o tio do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), faleceram em seguida, outro tio do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Abu Lahab que era inimigo declarado do Islam e do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), assumiu então a chefia da tribo.
A Ascensão
Foi por esse tempo que o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) teve concedida a ascensão (Mi’raj), ele se viu numa visão, sendo recebido no céu por Deus, testemunhando as maravilhas das regiões celestiais, ao voltar trouxe para a sua comunidade, como dádiva Divina, o culto Islâmico, que se constitui em uma espécie comunhão entre o homem e Deus.
A notícia desse contato celestial levou a um endurecimento ainda maior da hostilidade por parte dos pagãos de Makkah, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi obrigado a deixar a sua cidade natal, em busca de asilo em outro lugar, ele procurou os seus tios maternos em Ta’if, mas voltou imediatamente a Makkah, pois as pessoas que habitavam aquele lugar o perseguiram até os limites da cidade, atirando-lhe pedras e o ferindo gravemente.
A Migração Para Madina
A peregrinação anual à Kaaba trouxe a Makkah gente de todas as partes da Arábia, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou persuadir uma tribo após outra, a lhe conceder abrigo e permitir que continuasse com a sua missão de pregar o Islam para toda a humanidade. Os contingentes de quinze tribos, que ele abordou sucessivamente, recusaram-se a fazê-lo de modo mais ou menos brutal, mesmo assim, ele não se desesperou, finalmente encontrou-se com meia dúzia de habitantes de Madina, os quais, sendo vizinhos dos judeus e dos cristãos, tinham alguma noção, das mensagens Divinas e dos Profetas.
Também sabiam que ”O Povo do Livro” estavam esperando a chegada de um profeta, por isso os de Madina decidiram um passo a frente dos outros, e consequentemente abraçaram o Islam, prometendo aumentar o número de seguidores e proporcionar-lhes o apoio necessário em Madina. No ano seguinte, uma dúzia de novos cidadãos de Madina fez o juramento da aliança, com o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e pediu que ele lhes enviasse um mestre missionário, o trabalho desse missionário que se chamava Muss’ab, teve grande êxito e ele levou um contingente de setenta e três novos convertidos para Makkah, na época da peregrinação.
Estes convidaram o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros de Makkah a migrar para a sua cidade, prometendo abrigo para Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e trata-lo a ele e a seus companheiros como se fossem seus próprios parentes, secretamente e em pequenos grupos a maioria dos muçulmanos migrou para Madina, diante disso os pagãos de Makkah não somente confiscaram as propriedades dos migrantes, como também armaram um plano para assassinar o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
Com isto, tornava-se, agora, impossível , para ele, permanecer em sua casa, deve-se notar que a despeito da hostilidade para com a missão do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), os pagãos de Makkah continuaram a Ter confiança sem limites na probidade do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) tanto assim que muitos deles costumavam deixar as suas finanças guardadas com ele. O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), então, confiou esse depósitos a um primo, que se chamava Ali, com instruções para devolvê-los, oportunamente, aos proprietários de direito. Deixou a seguir secretamente a cidade em companhia do seu fiel amigo Abu Bakr, depois de algumas aventuras, eles conseguiram chegar em Madina em segurança, e isto aconteceu no ano 622, no qual começa o calendário da Hégira.
A Reorganização da Comunidade
Para melhor reabilitação dos migrantes deslocados, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), criou uma irmandade entre eles e um número igual de habitantes de Madina abastados, as famílias de cada par de irmãos contratuais trabalhavam juntas para ganhar o sustento, e eles ajudavam-se uns aos outros na vida comercial. Além disso, ele pensava que a evolução do homem, como um todo, seria melhor conseguida, se ele coordenasse a religião e a política, como duas partes constituintes do mesmo todo, com esse fim, convidou representantes, dentre os muçulmanos, como também representantes dentre os não muçulmanos da região; pagãos, judeus, cristãos e outros, e sugeriu uma fundação de uma cidade-estado em Madina.
Com o consentimento deles, ele dotou a cidade de uma constituição escrita, a primeira do gênero no mundo, na qual definiu os deveres e os direitos, tanto dos cidadãos, como de chefe de estado. O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi proclamado como tal, por uma unanimidade, e aboliu a habitual justiça particular, o cumprimento dos termos desse documento tornou-se dai em diante, a principal preocupação da organização central dessa comunidade de cidadãos.
Esse sistema estabeleceu os princípios de defesa e de política externa e organizou um sistema de seguro social, para casos de obrigações extremamente onerosas, ele reconhecia que o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), teria a ultima palavra em todas as divergências, e que não havia limites ao seu poder de legislar. Reconhecia também, explicitamente a liberdade de religião, especialmente para os judeus, a quem o ato constitucional conferia igualdade com os muçulmanos, em tudo o que se relacionava com a vida neste mundo.
O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), empreendeu diversas jornadas, com vistas a persuadir as tribos vizinhas e a estabelecer, com elas, tratados de aliança e de ajuda mútua. Com a ajuda destas tribos, ele decidiu exercer uma pressão econômica sobre os pagãos de Makkah, que haviam confiscado as propriedades dos muçulmanos retirantes, e também causado incontáveis prejuízos, a obstrução do caminho das caravanas de Makkah e o impedimento da sua passagem pela região de Madina, deixou os pagãos de Makka desesperados, ensejando uma luta sangrenta. Ao se preocupar, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com os interesses materiais da comunidade, não foi negligenciado o aspecto espiritual, mal passara um ano, desde a migração para Madina, quando a mais rigorosa das disciplinas espirituais, o jejum de um mês inteiro, todo os anos, no mês de Ramadan, foi imposto a todo homem e mulher, muçulmano.
A Luta Contra a Intolerância e a Descrença
Não satisfeitos com a expulsão dos compatriotas muçulmanos, os habitantes de Makkah enviaram um ultimato aos de Madina, exigindo a entrega ou pelo menos a expulsão do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e dos seus companheiros, mas evidentemente todos esses esforços foram em vão, alguns meses mais tarde, no ano 2 da Hégira, eles enviaram um exército para combater o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que os enfrentou no que ficou conhecido como a A Batalha de Badr. Os idólatras de Makkah sendo três vezes mais numeroso do que os muçulmanos, mesmo assim os idólatras de Makkah foram derrotados.
Depois de mais de um ano de preparativos, os idólatras de Makkah, novamente tentaram invadir Madina, para vingar a derrota de Badr, desta vez, eram quatro vezes mais numerosos do que os muçulmanos, após uma batalha sangrenta, em Uhud, que ficou conhecido como a, A Batalha de Uhud. Os idólatras se retiraram, não tendo o encontro sido decisivo, os mercenários não queriam arriscar demasiadamente, nem expor as suas vidas. Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka’b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança.
Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos.
A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud. Os muçulmanos prepararam-se para enfrentar um cerco e cavaram um fosso, para se defender do que previam ser a maior provação que teriam que enfrentar, mas a deserção dos judeus, que ainda permaneciam dentro de Madina, numa etapa posterior, transtornou toda a estratégia, porém usando uma diplomacia sagaz, o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), conseguiu desarvorar a aliança inimiga e os diversos grupos retiraram-se, um após o outro. Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar.
A Reconciliação
O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou ainda, mais uma vez, reconciliar-se com os habitantes de Makkah, a obstrução da rota do Norte, das suas caravanas, havia arruinado a sua economia, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), prometeu-lhes trânsito livre, a extradição dos seus fugitivos e o atendimento de todas as condições que eles impuseram, concordando até voltar a Madina, sem completar a peregrinação à Kaaba, em vista disso, ambas as partes negociadoras prometeram, em Hudaibiya, não só a preservação da paz, mas também a observância da neutralidade, nos seus conflitos com terceiros, este pacto ficou conhecido como o Pacto De Hudaibiya.
Aproveitando a paz o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se lançou a um intensivo programa de propagação da sua religião, ele enviou cartas missionárias aos governantes de Bizâncio, do Irã, da Abissínia e de outros países, o sacerdote autocrático Bizantino, Doughatir dos Árabes, abraçou o Islam, mas por isso, foi linchado pela turba; o prefeito de Ma’an na Palestina sofreu idêntico destino, sendo decapitado e crucificado pelo imperador.
Um embaixador muçulmano foi assassinado na Síria Palestina; e ao invés de punir o culpado, o imperador Heráclito apressou-se a protege-lo, com o seu exército, da expedição punitiva, enviada pelo Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) que ficou conhecido como a Batalha de Mu’ta. O idólatras de Makkah, esperando aproveitar-se das dificuldades dos muçulmanos violaram os termos do tratado, diante disso, o próprio Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), liderou um exército de dez mil homens, tomando Makkah de surpresa e sem derramamento de sangue. Como conquistador benevolente, reuniu os vencidos, lembrou-lhes os seus atos pecaminosos, a perseguição religiosa, o confisco injusto das propriedades dos imigrantes, as repetidas invasões e a hostilidade insensata e contínua dos últimos vinte anos.
Perguntou-lhes: ” Agora, o que esperam de mim ?”
Quando todos baixaram as cabeças, envergonhados, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), proclamou:” Que Deus os perdoe; vão em paz; não serão chamados à responsabilidade hoje; estão livres!”
Ele inclusive renunciou a reivindicação das propriedades muçulmanas confiscadas pelos idólatras de Makkah, isso produziu uma grande reviravolta psicológica de ânimos, quando um chefe, dentre eles, se adiantou com o coração transbordante de alegria, após Ter ouvido essa anistia geral, e decidido declarar a sua aceitação do Islam, disse-lhe o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele): ”E, por minha vez, nomei-o governador de Makkah!”
Sem deixar um único soldado na cidade conquistada, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), retirou-se para Madina, a Islamização de Makkah, realizada em poucas horas, foi completa. Imediatamente após a ocupação de Makkah, a cidade de Ta’if, mobilizou-se para lutar contra o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com alguma dificuldade, o inimigo foi dispersado, no vale de Hunain, mas mesmo assim, os muçulmanos preferiram levantar o sítio de Ta’if e usar meios pacíficos para quebrar a resistência dessa região.
Menos de um ano depois, uma delegação de Ta’if veio a Madina, oferecer a sua rendição, porém pedia isenção das orações, dos impostos e do serviço militar, bem como a continuação das práticas do adultério da fornicação e do consumo de bebidas alcoólicas, exigiam até que lhes deixassem conservar o templo do ídolo al Lat, em Ta’íf. Mas o Islam não era um movimento materialista e imoral, e a delegação não tardou a envergonhar-se das suas exigências, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), concordou em conceder uma isenção dos impostos e da prestação de serviços militares, dizendo:
”Vocês não precisam demolir o templo com as suas próprias mãos; mandaremos gente nossa para essa tarefa, e caso haja alguma conseqüência das quais vocês temem, devido as suas superstição, ela recairá sobre os nossos homens.”
Este ato do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mostra bem que concessões podiam ser feitas aos novos convertidos, a conversão dos habitantes de Ta’if foi tão sincera que em pouco tempo, eles próprios renunciaram às isenções pactuadas com o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). Em todas essas guerras que se estenderam por um período de dez anos, os não muçulmanos perderam no campo de batalha não mais do que 520 homens, enquanto as perdas dos muçulmanos foram ainda menores.
Com essas poucas incisões, toda a Península Arábica, com os seus dois milhões de quilômetros quadrados, se viu curado do abcesso da anarquia e da imoralidade, durante esses dez anos de lutas desinteressadas, todos os povos da Península Arábica e das regiões vizinhas ao sul do Iraque e da Palestina haviam abraçado voluntariamente o Islam. Alguns grupos cristãos, judaicos e masdeístas permaneceram ligados às suas crenças, e a estes foi concedida a liberdade de consciência religiosa, assim como a autonomia judicial e jurídica.
No ano 10 Da Hégira, quando o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) foi a Makkah em peregrinação encontrou lá 140.000 muçulmanos, vindos das mais diversas regiões da Arábia, para cumprir a sua obrigação religiosa, que ficou conhecida como a Peregrinação da Despedida. Pronunciou para eles o que se tornou o seu célebre sermão, no qual resumiu os seus ensinamentos:
”A crença no Deus Único, sem imagens ou símbolos, a igualdade de todos os fiéis, sem distinção de raça ou classe, a superioridade dos indivíduos derivando unicamente da devoção, a santidade da vida, da propriedade e da honra, a abolição da usura, das vinganças e da justiça particular; o tratamento melhor para as mulheres, a noção da possibilidade de acumulação de riquezas, a distribuição obrigatória, dos bens dos falecidos entre os seus parentes mais próximos de ambos os sexos, e não a concentração das mesmas nas mãos de uns poucos, o Alcorão e a conduta do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), deveriam servir de fundamento à lei de critérios sadios para todos os aspectos da vida humana.”
Ao voltar para Madina, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), caiu doente; e algumas semanas mais tarde, quando exalou o seu último suspiro, o fez com a satisfação de que havia cumprido a altura a tarefa que tinha empreendido; a de pregar ao mundo a mensagem de Deus, o Islam. Ele legou toda a posteridade uma religião de puro monoteísmo; criou um estado disciplinado, a partir do caos que existia e trouxe a paz, para substituir a guerra de todos contra todos; estabeleceu um equilíbrio harmônico entre os assuntos espirituais e os temporais, entre a Mesquita e a cidade; deixou um novo sistema de leis, que distribuiu a justiça imparcial, à qual até o chefe de estado estava tão sujeito quanto qualquer plebeu, e na qual a tolerância religiosa era tanta, que os habitantes não muçulmanos dos países muçulmanos, desfrutavam igualmente de total autonomia judicial e cultural.
Em matéria de receitas dos Estado, estabeleceu os princípios orçamentários e se preocupou mais com os pobres do que com os demais, as receitas foram ressalvadas terminantemente, de vira ser transformadas em propriedades particular do chefe de estado, acima de tudo, o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) deixou um exemplo nobre, pela prática integral de tudo o que ensinava aos outros.