O sublime espírito do Jejum no mês de Ramadan

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Engana-se quem pensa que o jejum é apenas deixar de comer, beber, fumar ou ter relações sexuais. A privação não é a finalidade desta adoração e sim os inúmeros benefícios que estão por detrás deste ato. Tanto os relacionados conosco, como os relacionados com os nossos semelhantes.

Apesar de o jejum parecer difícil, ele não é imposto como uma forma de punição, mas sim como um ato de devoção e auto disciplina. Citaremos alguns ditos do profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que dizem respeito a isso: “O muçulmano que não deixar de dizer inverdades e não abandonar todas as formas de maldade no Ramadan, não lhe adiantará jejuar pois a Deus não interessa que o muçulmano deixe apenas de comer e beber.”

E disse: “Quando um de vós se levanta de manhã em estado de jejum não deve usar linguagens obscenas nem praticar qualquer ato de ignorância. E se alguém vos caluniar, ou quiser discutir convosco, deveis dizer: Estou jejuando, estou jejuando.”

E disse: “Muitos jejuadores apenas obtêm a fome e a sede, assim como muitos ao fazerem a prece nada obtêm além do cansaço físico e da vigília.”

Logo, podemos ver que o jejum é uma extraordinária escola que nos ensina os mais altos graus de moralidade, cria o amor e a misericórdia nos corações e nos acostuma com a prática da caridade.

O jejuador procura dizer coisas construtivas para os outros e nunca procura causar distúrbios entre as pessoas, procura dizer sempre a verdade e ser leal, não mentir nem difamar os outros, procura cumprir as suas promessas e nunca agir hipocritamente.

Portanto, ao jejuarmos um mês todo ano e colocarmos em prática tais ações, veremos que isso é viável e procuraremos agir dessa forma o ano inteiro.

Logo, temos no jejum um verdadeiro exercício da fé. O ato de ficarmos com fome e com sede não é, em si, adoração, mas um meio para realizarmos a verdadeira adoração. A verdadeira adoração significa desistirmos de violar a Lei de Deus, por temor e amor a Ele, buscando realizar atividades que O agradem, e refreando-nos quanto às que não O agradam, caso contrário, estaremos apenas causando uma inconveniência desnecessária ao nosso estômago.

Além de ser uma revisão, um balanço das nossas vidas, onde devemos nos perguntar se estamos agindo de acordo com o que agrada a Deus, ou não. Nos perguntar o que estamos fazendo para matar a fome daqueles mais necessitados. E procurarmos corrigir os nossos passos e atitudes, a fim de nos aproximarmos ao máximo daquilo que agrada a Deus.

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