Principal líder religioso saudita condena terrorismo em nome do Islam

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O grande mufti da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Abdala al Sheikh, lembrou nesta quinta-feira aos muçulmanos que o terrorismo não é apoiado pelo islam e qualificou de “abomináveis” as missões suicidas cometidas em nome da religião.

A mensagem do Sheikh, que é a principal autoridade religiosa do país, fez parte do sermão antes das orações das 12h, no segundo dia dos rituais anuais da peregrinação a Meca (Hajj), com a participação de cerca de 2,5 milhões de pessoas este ano, segundo as autoridades sauditas.

O grande mufti pronunciou seu sermão na mesquita de Namira, aos pés do Monte Arafat, o lugar onde o profeta Maomé pronunciou seu último sermão e que fica a cerca de 20 km ao sudeste de Makkah.

“O terrorismo é um problema internacional […]. O dever do muçulmano é se opor a isso”, afirmou o Sheikh em uma das sacadas da mesquita, cuja esplanada ocupa uma área de 110 mil metros quadrados e pode receber cerca de 300 mil fiéis.

O mufti saudita disse que os responsáveis por cometer as “malvadas” missões suicidas em nome do islam “não recebem o apoio de Alá nem do islam”, e alertou os que promovem a destruição “em nome do sectarismo”.

Em seu sermão, o Sheikh criticou também a “magia negra” e os bruxos que dizem seguir os princípios islâmicos, e também os efeitos que as drogas estão causando entre a juventude muçulmana. “As drogas destroem a nação do islam”, disse.

Também lamentou, em seu discurso, que alguns países muçulmanos questionem a legitimidade de que a mulheres usem véu.

O sermão do mufti foi o momento-chave de hoje nos dias mais importantes da peregrinação a Makkah, que, em diversos períodos, é feita em um corredor que liga a cidade e o Monte Arafat.

Ao contrário desta quarta-feira, quando uma forte chuva causou graves problemas no deslocamento dos fiéis, hoje os peregrinos puderam aproveitar um dia de sol.

O Monte Arafat, conhecido também como Monte do Arrependimento, ficou completamente coberto de fiéis, eu buscam purificar seus pecados em um dos rituais mais importantes do Hajj.

Vestidos com o iharam, uma roupa de duas peças de tecido branco sem costuras, os peregrinos recitaram durante a subida ao monte frases de louvor a deus, como “Labbayk Allahumma Labbayk” (Aqui estou, Senhor).

O rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, visitou na manhã de hoje o vale de Mina para observar os serviços oferecidos aos peregrinos para o cumprimento dos rituais e o movimento entre os lugares sagrados.

Depois do pôr do sol, os peregrinos se deslocaram para a cidade de Muzdalifah, vizinha ao Monte Arafat, onde passarão a noite para dirigir-se a Makkah nesta sexta-feira.